domingo, julho 19, 2015

Adestramento.

Então. Tá funcionando o adestramento.
Nessas últimas semanas experimentei o método JK: realizar em 5 semanas o que devia ter feito em 5 meses.
Evidentemente, não obtive sucesso. Ou sim... Obtive mas...

A questão é: Estudei muita matemática (entre outras coisas) e amei fazer isso. Mas não performei nas avaliações... o que não é sucesso para minha vida acadêmica mas é sucesso total para minha sanidade.

Fiquei motivada, fiz tudo com prazer (Tá... admito que me violentei um pouco no começo...) mas teve um ponto que eu fui feliz fluindo leve enquanto entendia assuntos que me interessam muito porém exigem que eu tenha conceitos/informações torturantemente aprendidas ao longo do curso...

Achei que já tinha perdido essa capacidade de aprender coisas obrigadas de uma maneira feia e desinteressante... E que jamais iria submeter outras mentes a esse tipo de violência (no caso de eu seguir carreira acadêmica e acabar dando aula em universidade)...

Eis que existe a internet, o youtube, o coursera, Stanford Everywhere, MIT open courses... E principalmente Matemáticos apaixonantes como Jim Fowler, Arthur Mattuk, Gilbert Strang, Brad G. Osgood, Chris Tisdell... Que estão em vídeos interessantíssimos com matemática universitária dando sopa na rede. E me lembraram de porque e o como eu queria ser quando escolhi estudar matemática. Bem... do meu jeito, mas cativando quem estiver me ouvindo. 

Mas voltando ao adestramento... apenas apagamos o incêndio que era fazer todas as avaliações que faltavam até o fim do semestre letivo que era dia 17/7, sem ficar depressiva ou surtada ou perder a sanidade de alguma maneira...

Agora vamos ver como vai ser sem cordas no pescoço... Sem depressão, com receitas médicas de todas as cores... E disposição.

Caso, não me jubilem agora, no próximo semestre terei a chance de cursar duas disciplinas (Porque to empolgada - só precisaria de uma) e apresentar um lindo Trabalho de Conclusão de Curso.  

Assim tenho 20 dias de "férias" que posso: estudar, digitar tcc, arrumar coisas da casa e da vida prática que ficaram sendo adiadas, reativar a facenóia, fazer Duolingos loucamente, tricotar, fazer vídeos de matemática (não que eu saiba ou tenha coragem de postar... mas tenho vontade), organizar o canto das costuras e brechó, achar algum bico, conseguir dinheiro pra não ter que trabalhar durante o semestre...  Será que to eufórica? Muahahahahahahaha!!!

Beijinhos, 
Se é que tem alguém lendo...


segunda-feira, junho 08, 2015

Ai que saudades!

Então... faz algum tempo que não escrevo nada aqui... ou não publico... Mas né... Nova terapia... Tá difícil resistir a escrever algo sobre isso...
Me rendi a terapia mais tradicionalmente recomendada para quem tem TDA/H...
A terapia do cachorrinho... quer dizer, do adestramento... Ops, ato falho, ih... esse jargão é de outra... Tá... TCC - Terapia Cognitivo Comportamental.
Temos: a Adestradora e eu.
Estou na terceira sessão, e até agora foi assim:
Na primeira contei a vida toda e porque eu tava ali.
Na segunda fizemos planos e eu prometi coisas absolutamente factíveis para a semana.
Na terceira, no caso hoje: Passei dois terços da sessão explicando porque não fiz o que prometi (parece piada mas não é)... Só pequena queda de moto, gripe, febre alta, hospital, dor de garganta... lá lá lá...
E por fim prometi que iria fazer nessa semana o que não fiz na semana passada... Além disso ela mencionou o mecanismo da fantasia. Que a pessoa fantasia os objetivos na mente e aliena passos dos processos. O remédio é racionalizar os pensamentos fantasiosos. Ih, agora danou-se! Fui pega! Mas peraí! Será que quero abrir mão da minha vida mental fantasiosa? Pior que o remédio é algo que eu venho treinando nos últimos dez anos: racionalizar.

E vamos seguindo... essa semana tem consulta com a Dra.Psyco2, que prescreveu a terapia e outros aditivos controversos da pós-modernidade...

P.S.: Nessa semana que passei de cama fiz um perfil no Duolingo, pq já era uma coisa que eu queria e estava adiando... Enfim, como aprender coisas com amigues é mais legal, tá aí o link do meu perfil: Caoticarol, caso vc goste de aprender idiomas de graça.

segunda-feira, agosto 11, 2014

Insubmissa

As primeiras semanas da última matéria do curso que dura quatro anos mas já estou a dez... Já reprovei várias vezes nela. E é uma matéria do meu interesse. Mas... a lista de merdas relativas a minha crescente incapacidade de me submeter é imensa. Pra melhorar me amo mais a cada constatação de não adaptação.
E a motivação pra continuar é contraditória como todas as minhas escolhas podem parecer... Não me adaptar é estar viva, com o senso crítico funcionando, com tesão, com prazer, com desejos, apaixonada, apaixonante, intensa... Não existe outra opção pra mim. Meu cérebro só funciona assim. No caos das paixões tenho energia. Faço tudo que tem que ser feito, cantando ainda...
Me chame de preguiçosa, sem atitude, desorganizada, fraca, sem foco, vacilona... mas certifique-se de estar se sentindo vivo antes. Certifique-se de não estar enfiando goela a baixo suas frustrações antes de querer enfiar na minha...
Estar adaptada, parecer inteligente, ~educada~, bonita, jovem, sedutora, possuidora de títulos, coisas ou pessoas... ou sei-lá-o-que-mais que significa sucesso pra maior parte das pessoas é fracasso pra mim. Tudo fracasso. Porque não existe pra mim sucesso fora das utopias. É no mundo extraordinário que vivo. Essa realidade aqui não me contempla sadia. E no começo achava essa resistência problemática, tamanha inversão de valores... Essa resistência que é ilógica, espontânea, não consciente... E cada dia me parece mais com instinto de sobrevivência (do meu espírito livre, claro).

(publicado com muitos meses de atraso)

segunda-feira, julho 29, 2013

Fui abduzida

Nossa! Acabo de ler meu perfil aqui do blogger. Como posso ter mudado tanto?
Sempre escrevo umas possíveis postagens e depois fico pensando se posto ou não... Algumas posto, outras esqueço, outras apago antes de bater a coragem de postar, outras ainda escrevo em papel e fico com preguiça de digitar... E hoje foi um dia de escrever aquelas palavras íntimas e reveladoras, cheias de excitação na hora de decidir sobre a postagem... Como ainda não perdi todos os medos e não sei com toda certeza se quero me expor, resolvi passear pelo blog. E cheguei a conclusão que fui abduzida. Citação em ingres sobre trabalho, livros sobre a bolsa, filmes de autoajuda? Como foi que consegui me libertar dessas merdas tão desejadas por mim no passado? Tenho que escrever mais. Preciso entender como me odiava tanto (sem perceber) e agora tô assim: cada momento mais "de boa" comigo...
Que pirinha!
Na próxima vez que estiver de bobeira vou atualizar isso.
Beyjas noturnas ;)

terça-feira, maio 21, 2013

TeCeCendo...

Então... tô de volta... Com mil maluquices muito mais aleatórias do que sempre já postava aqui. A vida loka me pegou de novo... e não tinha mais ritalina na farmácia pra me devolver pro mundo contida... Então, vou compartilhar com o mundo a saga da maluca!!! Mas ainda vou tentar passar o resto do dia na Biblioteca... Antes que apareçam as pessoas lindas que tenho encontrado pelo caminho, as conversas maravilhosas e os momentos de alegrias mundanas que tenho tido... ou simplesmente me distraia comigo mesma.
Foto: Nubia Abe - Fotografia

quinta-feira, abril 05, 2012

Piras Aleatórias

E não importa quantas piras aleatórias eu tenha racionalmente estabelecido como prioridade na minha vida, agora a que prevalece é vomitar palavras reprimidas.

UFA! Já estou aliviada.

Eu juro que queria ter visto tudo sempre com mais clareza. Mas não importa. Agora eu vejo. Como me vendo fácil. É só uma possibilidade remota de encurtar meu sofrimento (escolhido) abanar que já deixo tudo que tinha planejado de lado e volto pra aquele padrão de dar passos maiores que as pernas. E me frustrar. Sai esperança infantil!!!

(escrito em 22/03, surtando pq queria aprender distribuições sem saber análise funcional...)

segunda-feira, agosto 01, 2011

SOMAIÊ - Compilação

Carol e suas terapias...

Depois de muitas conversas, pesquisas e toda sorte de acasos do destino... Acabei por encontrar uma terapia que em teoria se parece com a terapia ideal para mim. Como eu gosto mesmo é de coisas difíceis, descobri que não tem em Floripa - novidade! - Assim tenho que juntar o povo pra poder me LIBERTAR também :)

Como não adianta muito eu tentar no gogó (eu mesma só engoli um monte de teoria sobre o assunto) convencer @s amig@s então resolvi compilar as informações da maneira que achei mais conveniente ;)

Assim, se ficar interessad@ por favor se manifeste. Estou mirando o primeiro encontro para o fim de agosto, mas tem que ter gente suficiente.

O resumo do resumo: A SOMAIÊ é uma modificação da somaterapia de Roberto Freire, a partir das experiências de Rui Takeguma.

O Que é Somaiê ?

A SOMATERAPIA é uma vertente dos processos terapêuticos que opta em priorizar uma visão holística no meio da psicologia. A PSICOlogia nasceu e mantém uma visão de que o pensamento (cérebro e processos mentais) são hierarquicamente superiores ao corpo (corporalidade). Assim as somaterapias fazem parte de um arcabouço cultural das SOMATOlogias.

Na década de 1970. ROBERTO FREIRE começou a desenvolver uma somaterapia que recebeu o nome de SOMA, Uma Terapia Anarquista. Desde então formou vários somaterapeutas de Soma, houveram várias dissidências, pessoas que trabalharam com Freire, e depois buscaram seus próprios caminhos.

RUI TAKEGUMA fez Soma em 1990, e formação de 1990 a 1993.

De 1993 em diante atuou como Somaterapeuta de Soma em várias cidades e Estados brasileiros.

Em 2002 nasceu a SOMA-IÊ. Rui adotou esse nome para homenagear a SOMA e Roberto Freire, e agregou o IÊ como uma referência ao ambiente da cultura popular: a capoeira. Em 2003, retira o hífen e mantém o nome SOMAIÊ.

A SOMAIÊ existe há 9 anos, mas sintetiza o percurso prático e teórico de 20 anos (1990/2011) de Rui Takeguma dentro da Somaterapia.

Como FUNCIONA a Somaiê ?

O objetivo da Somaiê é promover experiências em um grupo de pessoas entre 12 a 21 meses, criando um microcosmo de relacionamento, convivência e produção em três níveis de produção:

- COM O SOMATERAPEUTA: são as atividades conduzidas pelo somaterapeuta de Somaiê responsável pelo grupo. No geral são 4 VIVÊNCIAS CORPORAIS mensais (VC). Sendo que a primeira metade (1h30) é voltada para atividades corporais lúdicas, e a segunda metade (1h30) para a avaliação e trocas de informações sobre a primeira metade. (provavelmente vai ser tudo em um fim de semana por mês aqui)

- COM O GRUPO: são as atividades sem a presença do produtor de Somaiê: o GRUPÃO, momento fundamental para o grupo construir uma dinâmica própria e autogestiva, seja para os membros aprofundarem suas relações, adquirir fundos para o pagamento da Somaiê, ou ainda pesquisas em pedagogia libertária. E o CAPOEIRÃO momento em que os membros do grupo trocam experiências do seu aprendizado na capoeira (o CAPOEIRÃO começa a acontecer depois da primeira vivência de campo).

- INDIVIDUALMENTE: são as atividades desenvolvidas por membros do grupo de forma individual como a prática semanal da CAPOEIRA ANGOLA, leituras e pesquisas indicadas.

Essas atividades mensais fortalecem a dinâmica do grupo, as pessoas interagem e vivenciam situações diversas. As atividades tem um caráter pedagógico e diagnóstico, ao nos mostrar os bloqueios e libertarismos, como ao vivenciar estes momentos, vem o caráter terapêutico.

Nos últimos meses do processo, as vivências corporais (VC) são transformadas em vivências dedicadas a cada membro do grupo. São as cadeiras quente (CQ), onde toda a técnica e dinâmica é voltada para cada um.

A passagem pela SOMAIÊ, é um marco na vida de seus participantes, e quem chega ao final, completando as cadeiras quentes, a última vivência de campo, e a produção do Jornal Tesão, obtém um material sobre si e seu viver que modificam sua estrutura autopoiética de uma forma definitiva.

A passagem pela SOMAIÊ é uma forma de desconstruir a percepção do UNIVERSO em uma realidade e aceitar a constituição biológica do MULTIVERSO e suas infinitas realidades possíveis; é uma forma de expandir sua corporalidade através do desenvolvimento de suas Potencialidade Múltiplas no viver... (o que quer que seja que isso queira dizer, parece interessante :))

Os grupos Somaiê:

A Somaiê funciona em grupos com duração de 12 a 21 meses, evitando assim a formação de dependências com o produtor de Somaiê (somaterapeuta) ou com o próprio grupo. Nesse sentido se mostra fundamental seu caráter pedagógico.

A dinâmica de cada grupo passa por 3 a 4 etapas, que podem ser, didaticamente, categorizadas em:

0 - Aproxima-Ação (tempo indefinido) - É o momento PRÉ-SOMAIÊ, onde ainda não existe o grupo terapêutico, mas se começa a transformar o desejo individual de se fazer a SOMAIÊ numa formação de um GRUPO. Essa fase para algumas pessoas pode haver o conhecimento teórico, adquirido em artigos, livros, na internet ou através de amigos que falam sobre, ou pode acontecer dentro de núcleos que já estão se formando com o objetivo de se fazer a SOMAIÊ. Quem hoje faz ou fez SOMA, tem essa aproximação da SOMAIÊ, mas não conhece as evoluções que desenvolvemos desde 2004. Essa fase pode ser inexistente, para pessoas que já entrem direto num grupo, bem como pode durar anos, no caso de pessoas que conhecem ou leram, mas não tiveram acesso a um grupo de SOMAIÊ.

1 - Aprendizado (A - 1 a 5 meses) - É a fase em que o somaterapeuta inicia a técnica aplicada a um grupo de interessados. Nessa fase a principal característica é que o grupo é ABERTO a entrada de novas pessoas, assim pode durar alguns meses para quem entra no início e faz todos os exercícios de SOMAIÊ, bem como pode durar um mês, para os integrantes do último mês em que o grupo aceita novos participantes. Sendo que em qualquer momento da terapia, os participantes podem se afastar da técnica. Nessa etapa começa a acontecer a técnica coletiva e se torna um APRENDIZADO da SOMAIÊ, suas propostas, técnicas e objetivos. (Valores convidativos para facilitar)

2 - Aprofundamento (B e C - 7 a 11 meses) - É a fase entre o fechamento do grupo a novas pessoas e a entrada das cadeiras quentes. O custo da SOMAIÊ atinge seu valor pleno e, na maior parte das vezes, o grupo desenvolve produções que ajudam a complementar a parte financeira, como festas, saraus, ou ainda produtos a serem comercializados, como adesivos, camisetas, etc. Aqui a SOMAIÊ se transforma num LABORATÓRIO de LIBERDADES, onde cada participante busca uma sinceridade vivencial de se expor e se conhecer. As trocas e percepções aumentam a cada mês, e inevitavelmente se passam por variadas CRISES, o que aprofunda o conhecimento de si e do outro. Neste período se realizam duas vivências de campo e uma individual com o terapeuta.

3 - Pedagogia para a vida (D - 4 a 6 meses) - Fase final desta vivência libertária, que é a SOMAIÊ. Após o aprendizado de doze a dezesseis meses das fases anteriores sobre as dificuldades e 'bandeiras' terapêuticas pessoais, a terapia se finaliza com a produção de sessões que possuem em média de 4 horas de duração para cada pessoa do grupo, inclusive para o produtor de Somaiê. Estas sessões são chamadas de CADEIRA QUENTE (inspiradas nas hot seats da Gestalterapia, e na cadeira quente da SOMA). Nelas o grupo promove um retorno para cada integrante através do conhecimento adquirido e experienciado a respeito dele durante os meses de convivência. Este é um momento de explicitar a política por detrás da psicologia, demonstrando que cada ato nosso é um ato político e que, a partir dele estamos contribuindo para a construção de uma sociedade mais libertária ou mais autoritária. Após todos os membros passarem pela cadeira quente, existe a vivência de campo final, e o Te&So do JORNAL TESÃO.

Sobre as VIVÊNCIAS Corporais mensais: (VC)

- três (3) delas são EXERCÍCIOS de SOMA, que Rui Takeguma aprendeu com Roberto Freire e o Coletivo Anarquista Brancaleone, de 1990 a 2002. Rui vem criando novos exercícios e atualizando os antigos. A maioria deles é dividida em três etapas sequenciais: exercícios corporais e em grupo (1h 30), leitura sobre as percepções dos participantes durante os exercícios (1h) e fechamento teórico realizado pelo produtor de Somaiê (30min.). O produtor de Somaiê é quem conduz as vivências, nas quais são estudados (ênfase no caráter pedagógico) e terapeutizados os mecanismos políticos geradores das neuroses. Esta técnica visa o trabalho prático e objetivo a partir das origens dos sintomas neuróticos, e não, paliativamente, sobre as suas consequências. Algumas Vivências Corporais são Debates e Vídeos, ou com prioridade no pensamento; isto é, algumas fogem das sequencia tradicional (exercício+leitura+fechamento).

- uma (1) é voltada para a CAPOEIRA ANGOLA ou para aprofundar a DINÂMICA do grupo. Em que o produtor de SOMAIÊ faz a ligação entre a terapia com o aprendizado da capoeira angola individual, ou se realizam debates sobre o cotidiano do grupo e das pessoas, envolvendo a dinâmica e o aprendizado prático de uma pedagogia libertária.

Sobre as CADEIRAS QUENTES: (CQ)

-Nesta fase, se repete a estrutura das vivências mensais, com a média de 12 a 16 horas de atividades por mês. Sendo que os 3 exercícios de SOMA são substituídos por CADEIRAS QUENTES. Nome que Freire trouxe da Gestalterapia de Fritz Perls, para produzir um fechamento individual do aproveitamento da SOMA em seus indivíduos. A CADEIRA QUENTE na SOMAIÊ é um sintetizar dos meses anteriores (fases aproximação, aprendizado e aprofundamento) em que todo o grupo foca um indivíduo. Assim, na fase de CADEIRAS QUENTES, cada mês se trabalha três participantes do grupo. A CADEIRA QUENTE possui 4 fases sequenciais: INDUÇÃO, AFIRMAÇÃO, PERGUNTAS e FECHAMENTO. Com tempos variados e técnica detalhada no Livro da SOMA de Roberto Freire, e especificada no início da fase das CADEIRAS QUENTES, o Aprendizado para a Vida.

Sobre as INDIVIDUAIS: (I)

ANTES da primeira Vivência de Campo, TODOS os participantes necessitam de fazer uma entrevista individual com o somaterapeuta de SOMAIÊ. Nesta entrevista pode ocorrer algum impedimento de se participar na técnica, mas no geral é uma forma do terapeuta conhecer melhor os participantes do grupo. Tem a duração média de 40 a 60 minutos e uma taxa de 30 reais. Caso o participante ou o somaterapeuta achar necessário outra conversa individual, ela pode ser marcada no decorrer dos meses da terapia.

Sobre as VIVÊNCIA DE CAMPO: (MC)

No mínimo, em três dos meses que compõem o período da experiência libertária em grupo, as vivências da cidade são substituídas por viagens para VIVÊNCIAS NA NATUREZA, onde há um crescimento nas dinâmicas dos grupos em consequência de uma maior percepção individual, seja no contato com outros grupos, seja no contato direto com a natureza. São exercícios em locais que ainda preservam ecossistemas com pouca interferência humana tecnológica, como Ibitipoca - MG, Visconde de Mauá - RJ, Nova Lima - MG e Lençóis - BA. Recomenda-se que os grupos experimentem locais diferentes pra uma de suas três vivências na natureza.

Sobre os ENCONTROS de TEORIA & SOMAIÊ : (Te&So's)

Após 2006, foram incorporados a técnica da SOMAIÊ a participação dos grupos nos Encontros de Te&So que ocorrem nas cidades de atuação do produtor de SOMAIÊ. Isto é, cada grupo de SOMAIÊ acontece de forma fechada na maior parte das vivências mensais (menos na fase de APROXIMA-AÇÃO e APRENDIZADO, os meses iniciais), mas dialoga com o social da cidade em que acontece, compartilhando algumas vivências com pessoas novas, inclusive aquelas que possam não fazer a terapia, mas que participem dos Encontros de Te&So.

Nos meses que o grupo faz Te&So, existem ainda 1 a 2 vivências mensais fechadas aos participantes. Isto é, nesses meses se aumenta a carga horária, pois no lugar de 4 vivências mensais (VM) o grupo realiza 1 a 2 vivências e o Encontro de Teoria e Somaiê, aberto a população local.
(link quebrado
O último encontro de Te&So acontece depois das cadeiras quentes e da terceira vivência de campo, nesse momento o grupo de SOMAIÊ participa da co-produção do Jornal TESÃO, Prazer & Anarkia.


...da Soma à Somaiê

Desenvolver uma nova prática psicológica que auxiliasse os homens na busca de sua liberdade. Era esse o objetivo de Roberto Freire quando decidiu romper com a psicanálise e criar a SOMA, durante o regime militar no Brasil.

Baseada nas idéias iniciais de Wilhelm Reich, discípulo dissidente de Freud, a SOMA considera a neurose fruto das organizações sociais autoritárias. Numa sociedade onde a liberdade de ser é impedida através de mecanismos repressores presentes na família tradicional burguesa, na pedagogia escolar autoritária e nas religiões castradoras, a neurose surge como um processo de ajustamento dos indivíduos. (Gente, é disso que eu desejo me libertar. Vamos?)

Além de ser um fenômeno social, que se forma de fora para dentro, a neurose se instala em todo o corpo das pessoas, impedindo-as sobretudo de se expressem livremente em sua espontaneidade, afetividade e sexualidade. Assim, a SOMA é uma terapia corporal, utilizando-se de exercícios próprios que, além de agirem sobre a couraça neuromuscular do caráter (tensões crônicas da musculatura voluntária, que retém a neurose no corpo das pessoas), também informam como a repressão atua no cotidiano.

Desde a criação da SOMA, Roberto Freire preocupou-se em formar novos companheiros de pesquisa. Na década de 80 teve uma primeira separação de discípulos formados por ele. Acreditando que para fomentar de uma maneira realmente útil e efetiva a libertação humana em direção a uma outra organização social e política, precisaria estar sempre se renovando e se abrindo a novas descobertas científicas, Freire radicalizou na pesquisa da capoeira como a última peça para compor a base da SOMA, fortalecendo-a e deixando-a pronta (enquanto base) para que as novas gerações de terapeutas continuassem a pesquisa.

SOMA-IÊ

No período de 2002, houve o desenvolvimento da SOMA-IÊ em São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba (além de apresentações em São Carlos, Salvador e Recife). Nesta fase Rui Takeguma reavaliou o que achava mais importante para a atualização e definição de seu trabalho.

A partir disso, ampliou o conceito de 'tripé básico' da terapia. Além da base consolidada na década de 90, que consistia em fazer as vivências, produzir o grupão e a prática semanal da capoeira, inseriu à técnica dois novos pontos: produção do Capoeirão (trocas em capoeira angola sem a presença do somaterapeuta - atualmente, produtor de SOMAIÊ - , que acontecem no mínimo uma vez ao mês) e a produção de eventos ou produtos pelo grupo de SOMA-IÊ. Promoveu a renovação de exercícios e a produção de novas vivências dentro da SOMA-IÊ. A pesquisa das vivências na natureza (vivências de campo) se consolidou na realização de 3 por grupo e, preferencialmente, uma em cada local diferente. Há alguns anos, Rui já havia pesquisado Nova Lima e Serra do Cipó, além de várias outras localidades, mas em 2002, Rui implantou a viagem a Ibitipoca em MG, como um roteiro básico nos grupos do Sul/Sudeste.

Rui Takeguma retomou projetos em Pedagogia Libertária: as Oficinas de Criatividade Libertária - continuação do Curso de Pedagogia Libertária ; a publicação do jornal TESÃO, prazer e anarkia; a volta do Prêmio Walter Firmo de fotografia; com o grupo de capoeira em pedagogia libertária a criação da FACA - Federação Anarquista de Capoeira Angola, que em novembro de 2002 gravou seu primeiro CD de músicas de capoeira. E em novembro de 2003 grava o CD duplo e ao vivo do projeto Memória da Capoeira.

SOMAIÊ
Em Maio de 2003, Rui iniciou o desenvolvimento da SOMAIÊ, uma vivência libertária: produção cultural, e não apenas terapia; produtor de SOMAIÊ, e não somente somaterapeuta. Enfim, uma vertente de e em desenvolvimento da somaterapia que, além de atuar na (anti) psicologia, é uma técnica de permanente atuação na política e na cultura.

Em 2004, nasce o conceito do Te&So, como uma instância teórica da técnica. Mas que começa efetivamente em Janeiro de 2005, no site de Richard Abreu:(link quebrado) Teoria&Somaiê.

Em 2005, a Somaiê estabelece uma nova cobrança das taxas. Seja diminuindo ainda mais os valores (em comparação a que Rui Takeguma praticava na Somaterapia de 2001), seja aumentando o número de bolsas por pagantes dentro dos grupos.

Em AGOSTO de 2006, a SOMAIÊ absorve a Te&So incorporando de 3 a 4 meses de vivências e encontros de Te&So estruturados na terapia. Em OUTUBRO de 2006, a SOMAIÊ retorna com o Jornal TESÃO, uma forma impressa de divulgação, aliado agora a técnica terapêutica.

Extraído principalmente de http://somaie.vilabol.uol.com.br/ (que foi atualizado pela última vez em 2008)

Pontos importantes:

  • É muito atrativa para mim a idéia de uma terapia com começo e fim.
  • Um valor que cabe no meu bolso de estudante parasita. (estou estimando inicialmente algo entre 60 e 40 reais por cabeça ou menos)
  • Cansei e desacreditei de terapias tradicionais a tempos.
  • Amo a idéia de liberdade. Tenho problemas sérios com autoritarismo e não conheço ninguém livre desse tipo de problemas.
  • Ando flertando a tempos com ideologias libertárias. Eis uma excelente oportunidade de aprender mais sobre o assunto: vivenciando.
  • Farejo intensidade nessa onda: prazeres do corpo, rompimento de couraças, fim da letargia... Tesão, hummm...
  • W. Reich acreditava que livres das couraças podemos atingir níveis muito mais intensos de orgasmo (e assim sermos plenos, saudáveis e felizes). Tem certeza que não quer experimentar?
  • A construção de uma nova realidade num futuro próximo (que começa agora) e a capacidade de estar engajada nessa construção (projetando, realizando, me satisfazendo). Vamos juntos?
  • Vou provavelmente ser uma professora. Não quero passar adiante essa pedagogia da rigidez punitiva com a qual convivo. Quero ensinar gente e não amedrontar mais ainda cérebros inanimados ou/e já amedrontados.
  • E tem a capoeira, pra tornar o corpo ágil e forte, sentir que podemos entrar no jogo, nos defender quando e se for preciso, encarar ou desviar, ter uma proteção que não sufoque... pegar a manha...
  • Estou empolgada.

Acredito que quando o ser se liberta, ainda que individualmente e aos poucos, vai contaminando todos ao seu redor com seu espírito livre e contribuindo coletivamente só por existir e acreditar. Daí pra frente a vontade de fazer ocupa o espaço livre deixado pelo medo. A satisfação e prazer tomam conta e existe a possibilidade de viver plenamente ou, pelo menos, com energia para a realização de nossa história pessoal (coletiva e individual).