Foi bom ter feito esse tratamento que está oficialmente terminado - mas combinamos de fazer mais algumas sessões antes do começo das aulas para garantir que o padrão de funcionamento que atingimos se manteve mesmo depois das férias... A última sessão foi perto do dia 21 de dezembro - agora estou sem minha agenda de 2009 aqui para ter certeza... Enfim, o que aconteceu foi: Durante todo tratamento tive problemas para dormir, conseqüentemente, acordar cedo no outro dia, tive dias de muita concentração, mas tive dias que me sentia uma retardada, entendi que não conheço nada do meu próprio funcionamento cerebral, e o principal: parecia que eu passei toda minha vida antes desse tratamento meio dormindo e agora estou acordada.
Depois do tratamento: por agora, estava de férias, nessa semana "brinquei" de estudar por que ainda tenho uma prova pendente para a última semana antes de começar as aulas do meu último ano - Aleluiah! E foi difícil... Mas não tem nada de TDA nessa história. Simplesmente decidi que iria ter férias de verdade - só pra variar um pouco - já que desde que entrei na UFSC todo ano invento uma moda como curso de verão, projeto de iniciação, busca por intercâmbio, realizar provas que ficaram pendentes no semestre anterior, estudar para tentar a prova de desempenho extraordinário entre outras tentativas pouco realistas de correr atras do tempo perdido... Nesse fim de ano faltou criatividade e como sempre pensei sobre o que era importante para minha vida acadêmica/profissional e me dei conta que janeiro seriam minhas últimas férias, já que me formo nesse ano, minha mamata de estudantinha vai terminar já que nas próximas férias acadêmicas vou estar fazendo algum curso de inverno/verão para conseguir uma vaga em um mestrado ou vou estar aplicando para programas trainee que desejem matemáticos no staff... De qualquer forma daí pra frente a ralação vai apertar com pouca perspectiva de descanso. Não que eu tenha descansado muito até agora, mas esforço sem foco cansa e não conta... Meu palpite sobre o fim das minhas férias vem do hábito de me relacionar com pessoas que fazem o que quero fazer em um futuro próximo, assim pude perceber que a palavra férias não faz parte da vida d@s razoavelmente bem sucedid@s, pelo menos não dos que se dizem pesquisadores. Não só porque eram/são obcecad@s pelo trabalho, mas porque se o profissional quer aproveitar bolsas de pesquisa, congressos, visitas a outras instituições tem que fazer malabarismo com as datas de seu calendário acadêmico, aproveitando suas férias além do recesso escolar - quando a instituição/departamento apóia a pesquisa minimamente. Ai, estou muito off topic...
Voltando para as ferias depois do neurofeedback: Ainda não engrenei, estou estudando pouquinho (algo entre 2 e 4h diárias) sinto que a cada dia fico com a atenção focada por mais tempo. Nos dias em que me concedo boas condições de estudo como silencio, mesa e cadeira claramente minha atenção melhora, mas canso mais rápido. Nos dias que estudei na cama, com barulho de casa cheia, fiquei mais tempo estudando, mas o rendimento não foi lá aquelas coisas... O que já é alguma melhora, pois noutros tempos só conseguia estudar com silencio absoluto.
Por outro lado, minha vida pessoal está um pouco turbulenta. Só consigo associar ao tratamento, pois percebo que estou mais reativa. Por exemplo, antes, quando eu era contrariada pensava: Oh! Coitada dessa pessoa! Tem um ego tão grande que não pode perceber o óbvio, mas eu não tenho nada com isso, nem quero gastar energia desnecessariamente tentando convencer essa pessoa da minha opinião, afinal o tempo mostrará quem está certo. (Sou pessoalmente favorável a esse tipo de atitude mental)
Agora, quando percebo, estou sendo sarcástica e, até desagradável as vezes enfiando goela abaixo minhas opiniões... Eu era assim quando era adolescente, mas a diferença é que agora uso um pouco de lógica e argumentos organizados o que torna os diálogos mais desagradáveis. E também ando mais ousada e me preocupando menos com as conseqüências de rompantes... Se tem algo me incomodando eu falo ou devolvo na mesma moeda. O assustador é que tomo alguma atitude enquanto a coisa me incomoda, não espero a poeira baixar. Nessa "Caroline em fase de teste¨ tem uma dúvida: O que é melhor? Se agarrar em uma atitude mental mais passiva tentando atingir o nirvana equilibrando-me em "solve et coagula" ou chutar o balde e fazer valer minha vontade no grito, dando murro em ponta de faca se necessário? Racionalmente, me parece que a primeira opção economiza uma grande energia. Por outro lado, estou nessa a mais de dez anos e meu progresso só foi interior... Não atingi nenhum objetivo profissional e ainda permiti vários abusos morais aumentando minha insegurança em relação as minhas capacidades. AGORA CHEGA!!! Vou testar essa atitude energética por um ano e ver se consigo algum resultado melhor do que obtive até agora... #medo mas #vaiouracha
Alem disso, percebi que meu sono anda diferente. Antes do tratamento eu dormia como uma pedra e tinha que contar as horas de sono para não passar de 8... Durante o tratamento eu não conseguia dormir direito, ficava muito agitada e dormia poucas horas. Agora, varia minimamente com meu ciclo menstrual. Tenho um sono muito mais leve, sonho durante a noite.
E tem mais: Quando faço exercícios físicos, alongamento ou yoga sinto nitidamente uma melhora na minha concentração. Sempre senti algo parecido com isso, mas agora é como se até meu sentir estivesse melhor calibrado.
Estou definitivamente botando pra fazer. Já terminei alguns dos projetos de férias que tinha listado, entre eles, organizar agenda de 2010, alguns hobbies parados a meses, fiz bolinho integral, levei (e usei) meu par de tenis para minha viagem de férias, aluguei uma bici, fiz backup do hd, organizei meus e-mails, as fotos da viagem, atualizei meus contatos de facebook, orkut, linked in... escrevi esse post :) Planejei os próximos...
quarta-feira, fevereiro 10, 2010
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4 comentários:
Olá...estava "passeando" pela internet hoje durante uma aula minha (sou professor e doutorando) e me deparei com seu blog. Engraçado...a sensação que tive deve ser a mesma de um alcoolatra quando assiste uma reunião do A.A. A de ver que outras pessoas partilham das mesmas sensações que você.
Sempre achei que durante a universidade (sou engenheiro eletricista e acadêmico na mesma área) tinha me tornado um "vagabundo", tendo em vista que não repetia nem sob tortura o desempenho excepcional dos anos anteriores de minha longa vida estudantil (já parou pra ver quantos anos se estudo..aff..)
Impressionante como, ao ler seus posts, eu me via desde o tempo de graduando até agora. A mesma agonia, a mesma duvida eterna..e a mesme descrença na metodologia da medicina ocidental...rsss
E para completar, vc tb é taurina...rsss. Num costumo acreditar nisso não...mas é no mínimo curioso.
Enfim...espero ver mais posts teus...gosto de tua forma leve de escrever e ao mesmo tempo desesperadamente verdadeira...lembra muito minha mente....rss
Abraços
Com quem, onde foi feito, e o preço desse tratamento de neurofeedback ?... Se puderes me passar esses dados.
Quanto a identificação que o Paulo teve com os seus posts, só posso dizer o mesmo, mas ja estou acostumado a ler os depoimentos de outros DDAs e ver como temos semelhanças com o que nos incomoda.
Abraços
Grato
Bom, não sei se vai ler isso tão cedo já que a postagem já tem uns anos.. Mas preciso muito saber sobre seus resultados com o neurofeedback, principalmente depois de um tempo desde o tratamento. Como posso entrar em contato com vc?
Obrigada
Patricia
Então, Desculpem por nunca mais ter entrado aqui.
Pra mim foi uma experiência de como é estar focada sem medicamentos. Fiz 40 sessões e mas no dia seguinte ou alguns dias depois da sessão eu retrocedia. Não sei se só comigo acontece isso, mas fiz adulta. Recomendaria para crianças porque a maneira do cérebro delas funcionar não está tão condicionada. Sobre entrar em contato... por enquanto twitter. Se quiser mandar um email escrito, eu não publico o comentário com seu email (mas respondo por email).
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